Histograma de Frequências: O que é, Tipos e Como Fazer

Em um mundo saturado de informações, transformar dados brutos em insights claros é um superpoder. É aqui que o histograma de frequências se revela uma ferramenta indispensável. Longe de ser apenas mais um gráfico, ele é a chave para visualizar a distribuição de um conjunto de dados, revelando padrões, tendências e anomalias que números sozinhos jamais conseguiriam expressar com tanta eficácia.

Seja você um estudante, um analista de dados, um gestor ou alguém que simplesmente precisa entender melhor a realidade por trás dos números, compreender o que é um histograma, seus diferentes tipos e como construí-lo é fundamental. Este poderoso recurso gráfico permite agrupar dados em intervalos, ou “classes”, e exibir a frequência com que cada intervalo ocorre, oferecendo um panorama instantâneo e intuitivo da variabilidade e do comportamento de um fenômeno. Prepare-se para desvendar o universo dos dados e tomar decisões mais embasadas, transformando complexidade em clareza com essa representação visual essencial.

O que é um Histograma de Frequências?

Um histograma de frequências é uma poderosa ferramenta gráfica utilizada para visualizar a distribuição de um conjunto de dados numéricos. Ele organiza esses dados em intervalos, conhecidos como “classes” ou “barras”, e mostra a frequência com que os valores caem dentro de cada um desses intervalos.

Basicamente, o histograma exibe a contagem ou a proporção de observações que ocorrem em cada segmento de dados. Cada barra no gráfico representa uma classe, e a altura da barra indica a frequência absoluta ou relativa dos dados naquela classe. Isso permite uma compreensão instantânea de como os dados estão agrupados e dispersos.

Ao contrário de um gráfico de barras, que geralmente compara categorias distintas, o histograma é especificamente projetado para dados contínuos. Ele transforma uma lista longa de números em um panorama visual claro, revelando a forma da distribuição, sua simetria ou assimetria, a presença de picos (modas) e a existência de valores atípicos (outliers).

Em essência, o histograma de frequências serve como um mapa visual da variabilidade de um fenômeno, mostrando onde a maioria dos dados se concentra e quão espalhados eles estão. Compreender essa distribuição é o primeiro passo para extrair insights significativos e tomar decisões informadas a partir de dados complexos.

Para que serve e quando utilizar um Histograma?

O histograma é muito mais do que um gráfico; ele é uma ferramenta analítica fundamental para entender a estrutura dos dados. Sua principal função é revelar a distribuição de um conjunto de valores numéricos, permitindo que padrões, dispersões e concentrações se tornem visíveis de forma imediata. Ele serve como um mapa visual da frequência de ocorrência de dados dentro de intervalos específicos.

Você deve utilizar um histograma sempre que precisar compreender como seus dados estão distribuídos. Seja para identificar a tendência central, a variabilidade ou a presença de anomalias, este gráfico é indispensável. É particularmente útil em situações onde a quantidade de dados é grande e tabelas numéricas se tornam ineficazes para uma análise rápida.

Resumir e visualizar grandes conjuntos de dados

Uma das aplicações mais poderosas do histograma é a capacidade de transformar um volume massivo de números em uma representação gráfica concisa. Ele agrupa os dados em “classes” ou “barras”, e a altura de cada barra indica a frequência com que os valores daquela classe aparecem.

Isso permite uma visualização instantânea da forma da distribuição dos dados, revelando se eles são simétricos, assimétricos, unimodais (um pico) ou multimodais (vários picos). É uma forma eficiente de comunicar insights complexos de maneira clara e acessível, mesmo para quem não é especialista em estatística.

Comparar e analisar distribuições

Os histogramas são excelentes para comparar a distribuição de diferentes conjuntos de dados ou para analisar mudanças na distribuição de um mesmo conjunto ao longo do tempo. Por exemplo, você pode comparar a altura de alunos de turmas diferentes ou a performance de um processo produtivo antes e depois de uma intervenção.

Ao visualizar os gráficos lado a lado, é possível identificar rapidamente se há diferenças significativas na média, na variabilidade ou na forma das distribuições. Isso ajuda a detectar tendências, desvios e até mesmo a identificar a presença de outliers (pontos fora do padrão) que poderiam passar despercebidos em uma análise puramente numérica.

Suporte na tomada de decisões

A clareza visual que um histograma proporciona é um ativo inestimável para a tomada de decisões baseadas em dados. Ao entender a distribuição dos fenômenos, gestores e analistas podem tomar decisões mais informadas e estratégicas.

Por exemplo, em controle de qualidade, um histograma de frequências pode mostrar se um produto está dentro das especificações ou se há um problema na produção. Em vendas, ele pode revelar os horários de pico ou a faixa de preços mais procurada pelos clientes. Essencialmente, ele transforma dados brutos em inteligência acionável, permitindo prever comportamentos e otimizar processos.

Elementos chave do Histograma

Barras e Eixos

Os elementos visuais mais proeminentes em um histograma de frequências são suas barras e os eixos que as delimitam. As barras são retângulos verticais adjacentes, onde a largura de cada barra representa o intervalo da classe, e a altura indica a frequência dos dados contidos nesse intervalo. A contiguidade das barras é fundamental, pois simboliza a continuidade dos dados.

O eixo horizontal (eixo X) é dedicado às classes ou intervalos de dados, mostrando a amplitude dos valores analisados. Já o eixo vertical (eixo Y) representa a frequência, ou seja, quantas vezes os dados ocorrem dentro de cada classe específica. Essa configuração permite uma leitura rápida da distribuição.

Classes e Intervalos

As classes, também chamadas de intervalos ou “bins”, são agrupamentos de dados que formam a base para a construção do histograma. Cada classe define um conjunto de valores contínuos dentro do qual os dados são categorizados. Por exemplo, se analisamos alturas, uma classe pode ser “entre 1,60m e 1,70m”.

A escolha do número e da amplitude desses intervalos é crucial. Classes muito poucas podem esconder detalhes importantes, enquanto classes em excesso podem fazer com que o gráfico pareça muito “ruidoso” ou disperso. Eles devem ser mutuamente exclusivos e abranger toda a gama de dados.

Definir corretamente as classes permite que o histograma de frequências revele padrões de concentração e dispersão dos dados de forma eficaz.

Frequência

A frequência é o conceito central que o histograma se propõe a visualizar. Ela representa o número de ocorrências, ou a contagem, de dados que caem dentro de uma determinada classe ou intervalo. No gráfico, a frequência é traduzida diretamente pela altura das barras.

Uma barra alta indica que muitos pontos de dados se concentram naquele intervalo, enquanto uma barra baixa sugere poucas ocorrências. Compreender a frequência é essencial para identificar os valores mais comuns, os menos comuns e a forma geral da distribuição dos dados.

Essa métrica é o que permite ao histograma de frequências transformar um amontoado de números em uma representação visual clara de como os dados se comportam e se distribuem.

Tipos de Frequências em um Histograma

Para interpretar corretamente um histograma de frequências, é crucial entender que ele pode representar os dados de diferentes maneiras, dependendo do tipo de frequência escolhido. Cada tipo oferece uma perspectiva única sobre a distribuição e o comportamento do conjunto de dados, auxiliando na tomada de decisões.

Frequência Absoluta

A frequência absoluta é a forma mais direta de medir a ocorrência de dados. Ela representa o número exato de observações que caem dentro de um intervalo ou “classe” específico do histograma. Simplesmente, é a contagem bruta de vezes que um valor ou um grupo de valores aparece em seu conjunto de dados.

Por exemplo, se em um histograma de alturas, a classe de 1,70m a 1,75m tem uma frequência absoluta de 25, isso significa que 25 pessoas na amostra possuem altura dentro desse intervalo. É um indicador claro da concentração de dados em cada segmento.

Frequência Relativa

A frequência relativa vai além da contagem bruta, mostrando a proporção de observações em uma classe em relação ao total de observações. Ela é calculada dividindo a frequência absoluta de uma classe pelo número total de dados. Pode ser expressa como uma fração, um decimal ou uma porcentagem.

Este tipo de frequência é valioso para comparar a distribuição de dados entre conjuntos de tamanhos diferentes. Ao invés de saber que 25 pessoas têm entre 1,70m e 1,75m, a frequência relativa nos diria, por exemplo, que 12,5% da amostra se encontra nessa faixa, oferecendo um contexto mais amplo.

Frequência Cumulativa

A frequência cumulativa informa o total acumulado de observações até uma determinada classe. Ou seja, ela soma as frequências (sejam absolutas ou relativas) das classes anteriores com a frequência da classe atual. Isso nos permite ver quantos dados estão abaixo de um certo ponto na distribuição.

Existem a frequência absoluta cumulativa e a frequência relativa cumulativa. A primeira acumula as contagens brutas, enquanto a segunda acumula as proporções. Elas são especialmente úteis para identificar percentis ou para entender a progressão dos dados através das classes. Por exemplo, pode-se descobrir que 70% das pessoas têm altura inferior a 1,80m.

Como Construir um Histograma de Frequências?

Construir um histograma de frequências é um processo sistemático que transforma dados brutos em uma representação visual clara e poderosa. Seguir etapas bem definidas garante que o gráfico reflita com precisão a distribuição dos dados.

  1. Coleta e Organização dos Dados
  2. Definição das Classes e Intervalos
  3. Cálculo das Frequências
  4. Traçar o Gráfico
  5. Rotulagem e Formatação

Coleta e Organização dos Dados

O primeiro passo é reunir todos os dados relevantes que você deseja analisar. Certifique-se de que os dados sejam numéricos e contínuos (ou discretos tratados como contínuos se houver muitas categorias). É crucial ter um conjunto de dados brutos, sem agrupamentos prévios.

Após a coleta, organize-os em ordem crescente ou decrescente. Isso facilitará a identificação do valor mínimo e máximo, que são essenciais para determinar a amplitude total dos dados.

Definição das Classes e Intervalos

Com os dados organizados, é hora de definir as “classes” ou “bins” que agruparão os valores. Uma classe é um intervalo específico de valores. Para isso, você precisa decidir:

  • Número de Classes (k): Geralmente, usa-se a Regra de Sturges (k = 1 + 3.322 log10(n), onde n é o número de dados) como ponto de partida. Evite poucas classes (que escondem detalhes) ou muitas (que podem mostrar ruído).
  • Amplitude de Classe (h): Calcule a amplitude total dos dados (valor máximo – valor mínimo) e divida pelo número de classes.
    h = (Valor Máximo - Valor Mínimo) / k. Arredonde para um número que facilite a leitura.

As classes devem ser contínuas e cobrir toda a extensão dos dados sem sobreposição.

Cálculo das Frequências

Com as classes definidas, o próximo passo é contar quantos dados caem dentro de cada intervalo. Esta contagem é a frequência absoluta de cada classe. Você também pode calcular a frequência relativa (frequência absoluta / total de dados) e a frequência acumulada.

Essa etapa é fundamental para o histograma de frequências, pois são esses valores que determinarão a altura das barras no gráfico. Garanta que cada dado seja atribuído a apenas uma classe.

Traçar o Gráfico

Agora é o momento de criar a representação visual. Desenhe um eixo horizontal (X) para as classes e um eixo vertical (Y) para as frequências.

Para cada classe, desenhe uma barra retangular cuja base corresponde ao intervalo da classe no eixo X e cuja altura é proporcional à sua frequência (no eixo Y). As barras devem ser adjacentes, sem espaços entre elas, simbolizando a continuidade dos dados.

Rotulagem e Formatação

Um histograma bem construído é inútil se não for compreensível. Certifique-se de:

  • Adicionar um título claro e descritivo ao gráfico.
  • Rotular os eixos X e Y de forma adequada (ex: “Idade”, “Frequência”).
  • Incluir unidades de medida, se aplicável.
  • Manter a estética visual limpa e profissional para facilitar a leitura.

Essa etapa final assegura que seu histograma de frequências seja uma ferramenta eficaz para comunicação e análise, revelando insights importantes sobre a distribuição dos dados de forma intuitiva.

Exemplos Práticos de Histograma

O histograma é uma ferramenta visual incrivelmente versátil, que transcende a teoria para oferecer insights práticos em diversas áreas. Sua capacidade de revelar a distribuição de dados brutos o torna indispensável em cenários onde a variabilidade e os padrões são cruciais para a tomada de decisões.

Em vendas e marketing, por exemplo, um histograma pode mostrar a distribuição da idade dos clientes, ajudando a segmentar campanhas de forma eficaz. Também pode ilustrar os valores de compra, identificando grupos de consumidores de alto ou baixo valor e direcionando estratégias de fidelização ou captação.

Para controle de qualidade na indústria, o histograma de frequências é fundamental. Ele mapeia a variação de medidas críticas, como o diâmetro de uma peça. Se a maioria das peças está dentro das especificações, mas um pico fora da curva indica peças maiores, um problema no processo de produção pode ser rapidamente identificado e corrigido.

Na área da saúde, pode-se usar um histograma para visualizar a distribuição da pressão arterial em pacientes ou a idade de pessoas com uma condição específica. Essa análise é vital para identificar grupos de risco, compreender a prevalência de doenças e guiar políticas de saúde pública.

Em educação, um professor pode usar o gráfico para entender a distribuição das notas em uma avaliação. Isso revela rapidamente se o desempenho da turma é homogêneo, se muitos alunos precisam de reforço, ou se há múltiplos grupos de desempenho, ajudando a ajustar métodos de ensino.

Mesmo na gestão de tráfego, um histograma é útil para analisar a velocidade dos veículos em uma via ou identificar os horários de maior congestionamento. Essas informações são cruciais para o planejamento urbano, a otimização de fluxos e a implementação de medidas para melhorar a segurança viária.

Esses exemplos demonstram como o histograma transforma dados complexos em uma compreensão intuitiva, sendo uma base sólida para qualquer análise. A seguir, exploraremos como interpretar esses gráficos para extrair o máximo de seu potencial informativo.

Como Interpretar um Histograma?

Interpretar um histograma é um passo crucial para extrair inteligência de dados brutos. Diferente de outros gráficos de barras, a interpretação se baseia na distribuição e na forma que os dados assumem, revelando informações valiosas sobre o fenômeno estudado.

O primeiro ponto é entender o que cada elemento representa. A altura de cada barra indica a frequência (quantas vezes) ou a frequência relativa (percentual) de observações que caem dentro de um determinado intervalo de valores, conhecido como “classe” ou “bin”. A largura de cada barra representa a amplitude desse intervalo de classe. Ao observar as barras, você está visualizando como os dados se agrupam e se dispersam.

Para começar a leitura, procure pela concentração dos dados. Onde as barras são mais altas? Essa região aponta para os valores mais comuns ou frequentes no seu conjunto de dados, indicando a tendência central. Em seguida, observe a dispersão: os dados estão compactados em poucas classes ou espalhados por um longo espectro de valores? Uma dispersão ampla sugere grande variabilidade, enquanto uma estreita indica consistência.

Outro aspecto fundamental é a simetria. Um histograma pode ser simétrico, com as barras mais altas no centro e diminuindo igualmente para ambos os lados, ou assimétrico (enviesado). A assimetria pode ser para a direita (cauda longa à direita, indicando que a maioria dos dados está nos valores menores) ou para a esquerda (cauda longa à esquerda, com a maioria dos dados nos valores maiores).

Esteja atento também a picos múltiplos, que podem sugerir a existência de diferentes grupos dentro dos seus dados, e a lacunas ou barras isoladas. Lacunas indicam intervalos sem dados, enquanto barras isoladas em extremidades podem sinalizar a presença de valores atípicos (outliers) que merecem uma investigação mais aprofundada.

Em suma, um histograma oferece uma visão rápida e profunda da distribuição de uma variável. Ao analisar a forma, o centro, a dispersão e a presença de anomalias, você transforma números em narrativas compreensíveis, preparando o terreno para identificar padrões e tipos de distribuição específicos que moldam a interpretação dos dados.

Padrões e Tipos de Distribuição

A beleza do histograma de frequências reside na sua capacidade de revelar a “forma” dos dados. Ao analisar o desenho formado pelas barras, podemos identificar padrões cruciais que descrevem como os valores se distribuem, indicando tendências, agrupamentos e até mesmo anomalias. Compreender esses padrões é fundamental para interpretar corretamente qualquer conjunto de dados.

Simétrico

Um histograma é considerado simétrico quando suas barras se distribuem de forma equilibrada em ambos os lados de um ponto central. Isso significa que, se você traçasse uma linha vertical no meio do gráfico, um lado seria um espelho do outro. O exemplo mais clássico é a curva em forma de sino, ou distribuição normal, onde a maioria dos dados se concentra no centro e diminui gradualmente em direção às extremidades.

Assimétrico (Distorcido à Direita e à Esquerda)

A assimetria, ou distorção, ocorre quando o histograma não é simétrico e a maioria dos dados se agrupa em um dos lados.

  • Distorcido à Direita (Assimetria Positiva): A “cauda” do gráfico se estende para a direita, indicando que a maioria dos valores está concentrada na parte inferior da escala, com alguns valores mais altos e menos frequentes puxando a média para cima.
  • Distorcido à Esquerda (Assimetria Negativa): A “cauda” se estende para a esquerda, significando que a maioria dos valores está na parte superior da escala, com alguns valores mais baixos e menos frequentes puxando a média para baixo.

Bimodal e Multimodal

Quando um histograma apresenta dois picos distintos, ele é classificado como bimodal. Isso frequentemente sugere a existência de dois grupos diferentes dentro do mesmo conjunto de dados. Por exemplo, pesos de adultos de sexos diferentes podem criar um histograma bimodal. Se houver mais de dois picos, a distribuição é chamada de multimodal, indicando a presença de múltiplos agrupamentos ou categorias distintas.

Platô (Achatado)

Uma distribuição em platô, ou uniforme, é caracterizada por barras de altura aproximadamente igual ao longo de uma ampla gama de valores. Isso indica que cada valor ou intervalo de valores dentro dessa faixa tem uma frequência semelhante. Não há um pico evidente; em vez disso, a distribuição aparece achatada, sugerindo que os eventos são igualmente prováveis em todo o espectro.

Despenhadeiro e Pico Isolado

Esses padrões podem indicar características específicas ou anomalias nos dados. Um “despenhadeiro” ou “borda” ocorre quando as frequências caem abruptamente em um ponto específico, sugerindo um limite ou corte. Um “pico isolado” se manifesta como uma ou mais barras muito altas e isoladas do restante da distribuição, muitas vezes indicando um valor atípico ou um evento de frequência incomumente alta em um intervalo específico.

Entender essas formas de distribuição é o primeiro passo para extrair insights significativos dos seus dados. A partir da visualização, é possível determinar quais medidas estatísticas são mais apropriadas para descrever o conjunto e quais ferramentas podem auxiliar na construção desses gráficos.

Ferramentas para Criar Histogramas

Para transformar dados brutos em um panorama revelador, é essencial contar com as ferramentas certas. Felizmente, existem diversas opções acessíveis, desde softwares de planilha amplamente conhecidos até ambientes de programação robustos. A escolha ideal dependerá da sua familiaridade com a tecnologia, da complexidade dos seus dados e do nível de personalização desejado.

Histograma no Excel

O Microsoft Excel é uma das ferramentas mais utilizadas para criar histogramas, especialmente por sua acessibilidade e interface intuitiva. Para construí-lo, você precisará ativar o suplemento “Ferramentas de Análise” (ou “Data Analysis Toolpak”), disponível nas opções do programa.

Com ele, é possível definir os intervalos (bins) e gerar o gráfico de forma rápida e eficiente. Os passos básicos envolvem organizar seus dados em uma coluna, definir as classes em outra, e então usar a função de Histograma do suplemento para visualizar a distribuição. É uma excelente porta de entrada para quem está começando a explorar a análise gráfica de dados.

Histograma em Python (Matplotlib, Seaborn)

Python se destaca como uma linguagem poderosa para análise de dados e visualização, oferecendo bibliotecas robustas para a criação de histogramas. Matplotlib é a biblioteca base, com a função plt.hist(), permitindo um controle granular sobre cada aspecto do gráfico. É excelente para personalizações avançadas e integração em scripts.

Seaborn, construída sobre Matplotlib, simplifica a criação de gráficos estatísticos atraentes. Sua função sns.histplot() ou sns.displot() permite gerar histogramas com poucos comandos, incorporando automaticamente estimativas de densidade e outras visualizações que enriquecem a análise do histograma de frequências. Python é a escolha ideal para automação, grandes volumes de dados e análises mais complexas.

Histograma em R (ggplot2)

R é outra linguagem amplamente empregada na estatística e ciência de dados, renomada por suas capacidades gráficas de alto nível. A biblioteca ggplot2, baseada na “Grammar of Graphics”, é a ferramenta de eleição para criar histogramas em R. Com geom_histogram(), você pode construir gráficos sofisticados e visualmente impactantes com facilidade.

A sintaxe intuitiva do ggplot2 permite combinar diferentes elementos gráficos, facilitando a exploração de dados e a criação de visualizações prontas para publicações. É uma excelente opção para pesquisadores e analistas que buscam flexibilidade e gráficos de alta qualidade para suas análises.

Erros Comuns e Boas Práticas

Para que um histograma de frequências seja verdadeiramente útil e não induza a erros, é crucial estar ciente das armadilhas comuns e adotar boas práticas na sua construção. Uma visualização mal elaborada pode distorcer a realidade dos dados, levando a conclusões equivocadas e análises imprecisas.

Escolha da Largura do Compartimento

A largura dos compartimentos (ou “bins”) é uma das decisões mais críticas ao criar um histograma. Compartimentos muito estreitos podem gerar um gráfico excessivamente “granulado”, com muitas barras e picos isolados, dificultando a percepção de padrões reais na distribuição do conjunto de dados.

Por outro lado, compartimentos muito largos tendem a agrupar dados excessivamente, ocultando detalhes importantes e podendo mascarar múltiplos picos ou assimetrias relevantes. O ideal é encontrar um equilíbrio que revele a estrutura subjacente dos dados sem criar ruído desnecessário ou simplificar demais a informação.

Existem métodos estatísticos (como as regras de Sturges, Freedman-Diaconis ou Scott) que podem auxiliar na determinação da largura ideal, mas muitas vezes uma abordagem iterativa e visual é a mais eficaz, testando diferentes larguras para ver qual delas melhor representa a distribuição dos dados.

Rotulagem e Dimensionamento Adequados

Um histograma de frequências perde seu valor se não for claramente compreendido. É fundamental que os eixos estejam sempre rotulados de forma explícita, indicando o que cada um representa (por exemplo, “Idade em Anos” no eixo X e “Número de Pessoas” no eixo Y), bem como as unidades de medida.

O título do histograma também deve ser descritivo e conciso, resumindo o conteúdo do gráfico. Além disso, o dimensionamento dos eixos deve ser consistente e apropriado, evitando truncamentos no eixo Y que possam exagerar diferenças ou escalas que comprimam informações essenciais. Gráficos claros são a base para insights confiáveis.

Lidar com Valores Discrepantes

Valores discrepantes, ou “outliers”, são pontos de dados que se afastam significativamente da maioria dos outros. Quando presentes, eles podem distorcer a aparência do histograma, alongando os eixos e comprimindo a visualização da maior parte dos dados, dificultando a identificação da forma principal da distribuição.

A forma de lidar com outliers depende de sua natureza. Primeiro, é essencial investigar se são erros de entrada de dados ou fenômenos genuínos. Se forem erros, devem ser corrigidos ou removidos. Se forem valores válidos, pode-se considerar algumas abordagens:

  • Transformação de Dados: Aplicar uma transformação (como logaritmo) pode reduzir o impacto de valores extremos no seu histograma.
  • Ajuste da Escala: Em alguns casos, ajustar a escala dos eixos ou criar um compartimento especial para os outliers pode ser uma solução, desde que bem comunicada.
  • Análise Separada: Se forem poucos e muito extremos, pode ser mais claro analisá-los separadamente e destacá-los, em vez de permitir que distorçam a visualização principal do conjunto.

A atenção a esses detalhes garante que o seu histograma seja uma representação honesta e perspicaz dos dados, pavimentando o caminho para análises mais aprofundadas e decisões mais acertadas.

Perguntas Frequentes sobre Histogramas de Frequências

Para consolidar o entendimento sobre essa ferramenta visual tão poderosa, respondemos a algumas das dúvidas mais comuns. Mergulhar nessas questões ajuda a diferenciar o histograma de gráficos semelhantes e a otimizar sua construção e interpretação.

Qual a diferença entre histograma e gráfico de barras?

A principal diferença entre um histograma de frequências e um gráfico de barras reside no tipo de dado que representam e na forma como as barras são dispostas. Um histograma de frequências é utilizado para exibir a distribuição de dados quantitativos contínuos, agrupando-os em intervalos (classes) onde as barras são adjacentes, mostrando a continuidade dos dados.

Por outro lado, um gráfico de barras é empregado para comparar dados categóricos ou discretos. Cada barra representa uma categoria distinta, e geralmente há um espaço entre as barras, pois as categorias não são contínuas entre si.

Como o número de classes afeta o histograma?

O número de classes afeta significativamente a visualização e a interpretação de um histograma. Um número inadequado de classes pode distorcer a percepção da distribuição dos dados.

Se houver poucas classes, o histograma pode esconder detalhes importantes e variações sutis na distribuição, apresentando uma visão excessivamente generalizada. Inversamente, um número excessivo de classes pode tornar o gráfico “ruidoso”, com muitas barras finas e potencialmente vazias, dificultando a identificação de padrões e tendências gerais. Encontrar o equilíbrio certo é crucial para revelar a verdadeira forma da distribuição.

O que é um polígono de frequências?

Um polígono de frequências é uma representação gráfica alternativa à do histograma, também utilizada para exibir a distribuição de dados quantitativos contínuos. Ele é construído a partir de um histograma ao marcar o ponto médio da parte superior de cada barra (intervalo de classe).

Esses pontos médios são então conectados por linhas retas, formando uma figura poligonal. O polígono de frequências é particularmente útil para comparar a distribuição de dois ou mais conjuntos de dados no mesmo gráfico, oferecendo uma visão mais suave da forma da distribuição.

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