Como forma de exemplificar a metodologia ACR, demonstramos abaixo como ficaria a análise do exemplo hipotético: “O Arbusto maldito”.
Você verá que todas as fases foram completadas conforme a nossa história. Entretanto, cabe ressaltar que a escolha da profundidade e uso das etapas é da escolha da sua equipe. Nossa metodologia é flexível, ou seja, o seu uso é adaptado a cultura de cada empresa.
1.1 – Registrar
Título: Arbusto maldito espetando pessoas
Data: 31/02/2019
Local: Fábrica
1.2 – Priorizar
Impactos saúde e segurança: Ocorrência Ambulatorial
Danos meio ambiente: Combatível com recursos próprios
Perda de produção: Pequena perda de produção
Tipo de reclamação do cliente: Sem Impacto
Custos associados: Baixo
Frequência do evento: Vários eventos em menos de um mês
RESULTADO: PRIORIDADE A
1.3 – Montar a equipe multidisciplinar
Líder da análise: Gerente
Equipe da análise: o A, o C e o R.
1.4 – Descrever
1.4.1 – Ambiente
A fábrica está muito suja;
Em dias de chuva a água pinga do telhado;
Tem um matagal no pátio da empresa;
Vários buracos no piso.
1.4.2 – Partes físicas
Arbusto venenoso cheio de espinhos no meio da fábrica.
1.4.3 – Documentos físicos e digitais
Sem registros de análises anteriores sobre esse problema específico.
A imagem ao lado é a foto do problema em questão.
1.4.4 – Envolvidos
3 pessoas foram espetadas;
No dia X, o Beltrano foi espetado e sentiu dor;
No dia Y, a Cicrana foi espetada e sentiu dor;
No dia W, o Fulano foi espetado e passou mal.
1.4.5 – Percepções
1.4.5.1 – O que aconteceu?
No dia D, o fornecedor derrubou uma caixa de terra no meio da fábrica;
No dia E, choveu e ventou muito, alagando parte da empresa.
1.4.5.2 – O que mudou?
No dia F, foi vista uma plantinha no chão;
A planta já foi amassada (2x) e cortada (1x);
No dia Z, o Alguém cortou o caule.
1.4.6 – Qual meta que foi impactada pelo problema?
A Empresa estava a 252 dias sem ninguém ter sido espetado e a meta é de 360 dias.
2.1 – Identificar os fatores causais
2.1.1 – Mapa de Causa e Efeito
2.1.2 – Brainstorming integrado com o Diagrama de Ishikawa
De todos os fatores causais levantados pela equipe, foram validados os seguintes:
Fábrica suja;
Telhado furado;
Matagal próximo;
Vários buracos no piso.
2.2 – Analisar a(s) causa(s) raiz(es)
2.2.1 – 5 Porquês
Aprofundando as quatro causas válidas, foram encontradas quatro causas raízes:
Causa válida 1: Fábrica suja
Causa raiz: Porque faltam equipamentos e orientação.
Causa válida 2: Telhado furado.
Causa raiz: Porque o responsável estava em férias.
Causa válida 3: Matagal próximo.
Causa raiz: Porque foi esquecido de cuidar do pátio.
Causa válida 4: Vários buracos no piso.
Causa raiz: Porque não tem manutenção.
2.2.2 Mapa de causa raiz
3.1 Criar o plano de ação (5W2H)
3.2 Executar as ações corretivas e preventivas
Acompanhamento sistemático do status das ações.
3.3 Verificar a eficácia
Conforme o gráfico, no mês de junho foram registradas três ocorrências, e nos meses subsequentes as tratativas da análise não teve mais nenhuma ocorrência.
3.4 Realizar a análise de encerramento
Marcada para 11 de novembro.
Análise do custo x benefício:
Pessoa 1 e 2 (foram espetados e sentiram dor):
Acidente sem afastamento, porém não conseguiu realizar as tarefas rotineiras.
Salário R$ 2.000,00. Custo para a empresa de um dia das duas pessoas: R$200,00 x 2 = R$ 400,00
Pessoa 3 (foi espetado e passou mal):
Acidente com afastamento por 2 dias.
Salário R$ 8.000,00. Custo para a empresa dos dois dias: R$ 1.600,00.
Comparando:
Custo do Plano de Ação: R$ 2.005,00
Custo do problema no mês de junho: R$ 400,00 + R$ 1.600,00 = R$ 2.000,00
Até esse ponto, temos R$ 5,00 de diferença. Porém, a análise levantou os problemas ocorridos somente em um mês. Se nada tivesse sido realizado, certamente a cada mês o custo seria ainda maior, o que já justifica a ACR.
Mas você pode estar pensando no custo das pessoas para realizar a análise. Corretíssimo! Isso também deve ser levado em conta. Por outro lado, nesse exemplo deveríamos contabilizar o custo relativos ao FAP. E nesse caso a balança volta a pesar mais forte para a ACR.
O Fator Acidentário de Prevenção – FAP é um multiplicador, atualmente calculado por estabelecimento, que varia de 0,5000 a 2,0000, a ser aplicado sobre as alíquotas de 1%, 2% ou 3% da tarifação coletiva por subclasse econômica, incidentes sobre a folha de salários das empresas para custear aposentadorias especiais e benefícios decorrentes de acidentes de trabalho. O FAP varia anualmente. É calculado sempre sobre os dois últimos anos de todo o histórico de acidentalidade e de registros acidentários da Previdência Social.
Resumindo
Como não foram mais verificados arbustos depois das tratativas, a análise foi considerada eficaz.
Ou seja, com a execuções das ações, o problema foi resolvido definitivamente!!!